domingo, 4 de dezembro de 2011

O INIMIGO DORME AO LADO

A violência é um problema mundial que gera muitas discussões em como diminuí-la, diante de uma sociedade cada vez mais agressiva e violenta. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) a violência é hoje a principal causa de morte de pessoas com idade entre 15 e 44 anos. Entretanto essa violência acaba afetando de forma diferente homens e mulheres, enquanto os homicídios acometem os homens  e ocorrem em locais públicos, as mulheres sofrem a agressão no ambiente doméstico ou intrafamiliar.  A violência doméstica é um problema mundial, que atinge mulheres independente de raça, idade, cor, religião, nacionalidade e condição social. Segundo OMS, 29% das mulheres relataram ter sofrido algum tipo de violência física ou sexual pelo menos uma vez, mas apesar disso, metade das mulheres violentadas não abandonou seu lar ou deixaram de dormir uma noite em suas casas.
 A falta de punição acontece principalmente pelo medo que as vitimas tem em denunciar os agressores, que na maioria das vezes é o seu próprio companheiro. Para Maria Clara de Sousa, assistente social do AMA (Atendimento Médico Ambulatorial) “as maioria das melhores tem vergonha dos vizinhos e da família descobrirem o que acontece dentro de suas casas, isso para elas é muito difícil.” A assistente social ainda nos relata que muitas mulheres chegam ao AMA com sinais visíveis de agressão, mas que mentem para proteger seus maridos, e por causa do medo que sentem dos agressores.
A vergonha, o medo, a dependência financeira e a falta de informação fazem com que outro tipo de violência não ganhe a atenção merecida, passando despercebido pelas vitimas e pelos familiares. A violência psicológica, às vezes é tão ou mais prejudicial que a física, pois apesar de não deixar marcas visíveis ela é infinitamente mais danosa.
A agressão emocional como também é conhecida, é entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da auto-estima, ou que vise a degradar suas ações, comportamentos, gerando humilhação, constrangimento, manipulação, chantagem, ridicularização, insulto e limitação do direito de ir e vir. Este é o tipo de violêcia mais difícil de ser diagnosticado, mas que causa maior conseqüência, não apenas a vitima, mas também a família. A mulher agredida acaba tornando-se amargurada e coloca para fora, de maneira inconsciente todas as dores e cicatrizes emocionais, causadas pelo agressor, atingindo assim todos ao seu redor. De acordo com a psicóloga Rosemeire Lima, que atua junto a Casa de Assistência a Mulher, no atendimento a vitimas de violência domestica, “muitos são os danos causados pela agressão emocional. A mulher passa a sofrer de insônia, tem pesadelos freqüentes, ansiedade, passa a se isolar do convívio familiar e/ou social, falta de apetite, depressão e em alguns casos até mesmo tentativas de suicídio.”
A psicóloga ressalta que este tipo de violência acomete tanto a mulher, quanto seus filhos, por isso a Casa também oferece atendimento familiar, para que possa dar auxilio aos filhos, que na maioria dos casos estão presentes no momento de agressão ou que infelizmente são expectadores do sofrimento da mãe. Ela relata que “as crianças que presenciam a agressão doméstica, passam a apresentar notas baixas na escola, dificuldade de aprendizado, demonstram receio do agressor, apego excessivo a mãe e ficam mais calados, geralmente acuados em um canto”.
A coordenadora Ivone de Almeida da Casa Cidinha Kopcak, localizada em São Matheus, no extremo Leste de São Paulo, presta atendimento social e psicológico a mulheres que sofrem agressão física, psicológica e verbal. Além do atendimento prestado, a ONG oferece palestras e cursos livres, como de bijouteria, manicure, pedicure, entre outros. Ela diz que “apesar de não ter espaço e nem recurso suficiente para prestar atendimento para as crianças que de forma direta ou indireta acabam sofrendo conseqüências pelo abuso contra as mães, os cursos profissionalizantes oferecidos, contribuem para que elas possam entrar no mercado de trabalho e assim procurar um lugar para morar com os filhos longe do agressor.”
Além de ONGs (Organização Não Governamental) e de projetos do Governo, a Delegacia da Mulher também oferece atendimento a mulheres vitima de violência, só que ao contrário das Instituições como a Casa Cidinha Kopcak, a Delegacia trabalha com a apuração, investigação dos fatos e com a punição cabível ao acusado, de acordo com a Lei. 
A primeira Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) foi criada em 1985, em São Paulo e atualmente o Estado conta com 124 Delegacias, sendo que nove estão na Capital. As Delegacias que fazem parte da Secretária de Segurança Pública, também trabalham em parceria com outras áreas do Governo. Um exemplo disso é o programa Bem-Me-Quer, criado em parceria com  Secretária da Saúde e que presta atendimento diferenciado a vitimas de estupro, atentado ao pudor, sedução e outros crimes relacionados a esse tipo de violência. Neste programa, há o acionamento de viaturas especialmente desenvolvidas para o transporte da vitima até o Hospital Perola Byington, onde a vitima recebe um atendimento com médicas legistas.



O MAL QUE SE TRANSFORMOU NO BEM


Maria da Penha
A lei que protege as mulheres contra violência, recebeu o nome de “Lei Maria da Penha” em homenagem á farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes.
Em 1983, Maria da Penha recebeu um tiro de seu marido, enquanto dormia, ficou paraplégica e presa a uma cadeira de rodas. Após um longo período no hospital, retornou para casa, e seu marido passou a agredi-la e mantê-la presa dentro de casa. Tentou assassiná-la novamente, desta vez, mediante afogamento e eletrocussão. Ela sobreviveu, buscou ajuda da família e das autoridades e em 1984, travou uma intensa batalha judicial contra seu marido, Marco Antônio Heredia Viveiros, na época professor universitário. Sete anos depois, ele foi a júri, sendo condenado a 15 anos de prisão. A defesa apelou e no ano seguinte, a condenação foi anulada. Ele ficou impune por mais de uma década, até a sua condenação, em outubro de 2002, poucos meses da prescrição da pena.
Este caso levou o Brasil a ser o primeiro país condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos – OEA, ante o descaso demonstrado pelo sistema Judiciário Brasileiro.
Após o caso ganhar notoriedade internacional, foi criada uma proposta coordenada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal, junto a vitima, Maria da Penha, a proposta foi levada ao Congresso Nacional, onde foi transformada em projeto de Lei e em 07 de agosto de 2006 a lei n° 11,340 foi sancionada pelo Presidente da República.
E foi graças a Lei Maria da Penha, que o Estado Brasileiro, reconheceu que a violência doméstica e familiar não é um assunto privado, mas uma questão de ordem pública, que exige para sua solução adoção de medidas integradas de prevenção, envolvendo os diferentes níveis de governo – federal, estadual e municipal, bem como entre as diversas áreas de atuação social (justiça, segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação), em conjunto com as ações não-governamentais. (art.8°, inc. I).

PERFIL

Manoel Juarez, freqüentou escolas tradicionais de Minas Gerais, estudou até o 2° ano de contabilidade, casou-se e teve dois filhos, mas aos 27 anos, após a morte de seus pais em um acidente de carro, entregou-se as bebidas. Muitas foram as internações e os tratamentos, mas Manoel não conseguiu se recuperar, deixou tudo para trás e hoje ele esta em São Paulo, é morador de rua há quase 10 anos.

Vanessa – Por que você resolveu vir para São Paulo?
Manoel - Eu já conhecia São Paulo, eu vinha para cá quando era pequeno, com meus pais e sempre gostei. E quando eu percebi que depois de muitas internações eu não conseguia me livrar do vício, eu comecei a pensar nos meus filhos, na minha mulher. Eu não podia ficar em casa desse jeito. As crianças já estavam crescendo e entediam o que estava acontecendo. Eles passaram a ter vergonha de mim.

Vanessa Mas, teve alguma situação especifica que fez você tomar essa decisão de vir para São Paulo?
Manoel - Teve um dia que eu cheguei em casa depois de ter passado duas noites fora, eu acho. Eu não cheguei bêbado, mas estava sujo e todo descabelado. Minha esposa começou a brigar, dizendo que não agüentava mais aquela situação e que se aquilo continuasse ia sair de casa. Aí eu preferi sair. Não queria que ela e meus filhos fossem morar na casa dos pais dela.

Vanessa Como foi a chegada em São Paulo? Você procurou por alguém?
ManoelQuando eu cheguei morei com um primo meu no Interior, mas foi por pouco tempo. Ninguém quer um alcoólatra dentro de casa. Eu percebi que incomodava e resolvi ir para as ruas.

VanessaQuais são as maiores dificuldades na rua?
ManoelA pior coisa para um morador de rua é o frio. As pessoas são boas, elas dão comida, tem alguns que trazem sopa, te dão roupa. Mas quando o frio chega é muito ruim, mesmo que eu esteja com roupa e cobertor, o frio é muito grande, o vento parece que vai cortar a gente.

Vanessa Você continua dependente da bebida?
ManoelSim. Eu ainda bebo. Acho que não vou conseguir parar nunca.

Vanessa – Você usa drogas?
Manoel Eu usei uma vez, depois que vim para a rua, mas não gostei. Me deu muita fome.

Vanessa Você já procurou algum tipo de tratamento aqui em São Paulo?
Manoel Agora que eu estou na rua, tudo é mais difícil. Tem muita gente com esse problema, e eu acho que eles preferem ajudar quem tem família. Como eu não tenho ninguém para que eles vão me ajudar?

Vanessa Já pensou em voltar para casa? Procurar sua família?
Manoel Eu penso neles todos os dias. Minha filha hoje tem 17 anos e meu filho 15. Eles devem estar grandes. Mas eu não penso em voltar, eu queria ver como eles estão, conversar com eles,mas eu sou um estranho para eles. Quando eu sai de casa eles eram pequenos, por mais que eles tenham uma lembrancinha de mim, nunca mais seria a mesma coisa. Minha ex-mulher já deve ter casado, vai ver tem até outros filhos. Na verdade acho que ninguém mais lembra de mim.

Vanessa Você tem sonhos?
Manoel Sempre que eu paro para pensar nessas coisas eu fico muito triste. É difícil a situação das pessoas que moram na rua, a gente passa por tanta coisa, por tanta humilhação, as pessoas não entendem que nem todos estão aqui por que querem. Tudo tem uma explicação, um motivo bem maior que fez com que a gente viesse para rua. Tem pessoas aqui que saíram de casa, por causa das drogas, outros por causa de bebida, outros por que não tinham para onde ir, é tanta história, que se eu for te falar, você escreve um livro.

Vanessa Você tem amigos na rua?
Manoel Na rua a gente conhece muita gente, mas acho que não tenho nenhum amigo. Uma hora tem um aqui comigo e quando eu acordo ele já sumiu.

Vanessa Se pudesse dizer alguma coisa para alguém, o que diria e para quem?
Manoel Eu ia dizer para meus filhos nunca beberem, que a bebida não é bom para ninguém. Foi por causa disso que hoje eu estou assim.

VIVER MAIS E COM QUALIDADE

O Brasil soma hoje mais de 20 milhões de idosos, que são pessoas com 60 anos ou mais. A grande crescente nas estatísticas mostra que o Brasil é um país que está "envelhecendo" e isso se deve a preocupação da população com a saúde e avanços tecnológicos.
Pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a expectativa de vida em comparação com 2010 cresceu, o que era 73,2 anos,passou para 73,5 e ao longo de três décadas,o aumento foi de 10 anos e 11 meses,segundo o IBGE.
Em 1º de outubro de 2003 foi constituído a Lei Nº10.741, o Estatuto de Idoso,que garante os direitos e deveres do Estado,tendo no Art. 9o "É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade".
Há algum tempo a situação de saúde na terceira idade vêem chamando atenção, tanto para os cuidados adotados, quanto para as novas tecnologias. É de conhecimento de todos os benefícios de uma vida sem exageros e claro, com a prática de atividades físicas, o Doutor Roberto Dischinger Mirando,Cardiologista e Geriatra, complementa o tema e diz que “é importante a atividade física, pois com ela ocorre o aumento da capacidade física, diminui o risco de quedas,ajuda na pressão arterial,” mas ela não deixou de chamar ressaltar e chama a atenção aos riscos, “é  necessário tomar muito cuidado porque na terceira idade os riscos de lesões ortopédicas são maiores, por isso antes de iniciar qualquer atividade é necessário procurar um médico, fazer uma avaliação física e a partir dos resultados é que se deve iniciar com as atividades.

A busca por hábitos saudáveis e o aumento da expectativa de vida, fez com que vários idosos, procurassem não apenas, os parques e as ruas para a prática das atividades, as academias estão contam com cada vez mais idosos e isso requer um atendimento e principalmente um acompanhamento mais próximo. Mayra contou que “muitos idosos chegam na academia, querendo fazer tudo, todos os tipos de exercícios, mas não é possível, é necessário começar com uma carga mais leve, para ir melhorando o condicionamento físico e depois começar com cargas mais pesadas.”
Um exemplo disso, Rafael Fonseca, 62 anos, que pratica alongamento e exercícios aeróbicos três vezes por semana e se posicionou sobre o assunto,"não tenho tantas dores pelo corpo,me sinto mais confiante.Na verdade eu acho que tenho mais disposição agora do que há 30 anos atrás",contou com um largo sorriso no rosto. 
Por: Thais Ramos


SIM. EU ACEITO!

Renato Pereira e Diogo Alves
Após julgamento no Supremo Tribunal Federal e com  expressiva maioria de votos, a união homoafetiva foi reconhecida. Com essa decisão os casais gays do Brasil passam a ter o direito de se casarem legalmente, assim como os casais heterossexuais.
De acordo com o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estáticas), o Brasil conta com 60 mil casais do mesmo sexo vivendo juntos. Eles correspondem a 0,1% dos lares brasileiros.
Esta decisão, apesar de não ter gerado protestos, foi fortemente criticada por várias entidades religiosas, como o CNBB (Convenção Nacional dos Bispos do Brasil, entidade Católica) e o Pastor Silas Malafaia, que fez campanha para que fiéis enviassem emails para os ministros pedindo que eles votassem contra a união  homossexual. Em entrevistas o Pastor disse que a comunidade gay  é "o grupo social mais intolerante da pós-modernidade”.
Para o advogado Sinvaldo José Firmo, do Instituto Padre Batista, o reconhecimento do casamento gay “foi um importante passo na luta para concretização dos objetivos da classe. Esse direito esta no Código Civil, é um direito reservado a todos os cidadãos, só que agora ele realmente esta sendo cumprido.”
O direito no qual Sinvaldo se referiu é o Artigo 1723 do Código Civil, nele diz que:  “É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição familiar”.
Após o anúncio do STF, muitos casais que já viviam juntos procuraram os Cartórios para oficializar a união. Um deles foi o casal Renato Pereira e Diogo Alves, eles decidiram se casar após três anos de relacionamento. “Namoramos por sete meses e depois fomos morar juntos, então já me sentia casado. A gente quis oficializar, pois é um direito que lutamos tanto e agora que é possível resolvemos legalizar nossa situação”, disse Renato Pereira.
Por: Vanessa Oliveira


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

UM ALERTA PARA AS FAMÍLIAS

Desde crianças somos ensinados por nossos pais o que é certo e errado,o  que deve ser feito quando crescer; eles nos dão orientação sobre carreira,educação, amizades, namoros e estas orientações vão depender da cultura,da estrutura familiar que eles receberam. Porém existe um fator que preocupa todos os pais: o envolvimento dos filhos com as drogas. Infelizmente para o desespero dos pais e também da sociedade, muitos são os jovens que entram nesse caminho sem volta. Eles querem se sentir “descolados” diante dos amigos e considera a droga o caminho certo para buscar essa aceitação.
O relatório Mundial sobre Drogas 2011 divulgou dados alarmantes sobre o Brasil, segundo o relatório o país possui 900 mil usuários de cocaína, e é o principal distribuidor de drogas para a Europa.  
O psicólogo e diretor da Clinica Orion,Wilson Silva, diz que “ na maioria dos casos, o primeiro contato do jovem com as drogas acontece na escola. Eles acabam aceitando experimentar a droga para não serem ridicularizados diante da turma”.
O grande número de clinicas particulares para dependentes químicos é cada vez mais visível, só que apesar do crescente número, o custo para manter um usuário em clinica de reabilitação ainda é alto e apesar de ser um dever do Estado poucos são os investimentos nesta área.
O sofrimento, a preocupação e muitas vezes o desespero não é só para quem passa ou presencia situações com usuário de drogas, o problema acaba atingindo toda a sociedade, são doentes e familiares que necessitam de ajuda, é o tráfico de drogas que cresce em todo país e contribui para o aumento da violência. A falta de perspectiva dos jovens usuários, a educação falha e a perda do sentido e principalmente da valorização da vida contribuem para que os números divulgados pelo relatório Mundial sobre Drogas aumentem cada vez mais.
Wilson Silva, alerta para que “os pais fiquem atentos no comportamento do filho. Mudanças repentinas de humor, sono, agitação, fome em excesso são características dos usuários. Ele diz que caso a suspeita se confirme, a melhor alternativa é procurar ajuda o quanto antes. “ A maioria dos pais e familiares ficam se questionando quando e como tudo começou, mas essas são questões que podem ser discutidas ou pensadas mais tarde, o principal é conversar com o jovem e buscar o tratamento adequado.”
O idealizador da ONG "SOU FELIZ SEM DROGAS",Nelson Hossri, ressalta a importância do dialogo entre pais e filhos, “muitos estudos e pesquisas com dependentes químicos, mostram que quando a família acompanha o usuário durante a internação e continua a auxiliá-lo quando o tratamento acaba, as chances de recaídas se tornam menores.
O fator mais relevante que envolve todos os processos da internação, é a aceitação. O jovem precisa entender que ele esta doente e que precisa de tratamento e para isso é necessário procurar um centro especializado, para que o diagnostico possa ser feito e a partir daí o tratamento iniciado.
Algumas ações foram tomadas com intuito de mostrar o problema para a sociedade e alertar os jovens para seguir longe desse caminho; campanhas foram feitas, comercias veiculados na mídia, novelas passaram a introduzir esta situação em seus folhetins com personagens marcantes e cenas fortes e a Procuradoria do Município de São Paulo promoveu uma medida que é a internação compulsória para meninos de rua, recurso este já utilizado no Rio de Janeiro. Esta medida um tanto quanto polemica, gerou muitas discussões entre especialistas, enquanto alguns acreditam que esta ação pode ter efeito contrario e que mesmo assim não serve como uma solução única, tendo em vista que um dependente precisa não só da internação, mas do apoio dos pais e da família, outros defendem procedimento,alegando que o Estado,assim como os familiares,podem e devem intervir no tratamento desses jovens,que muitas vezes não querem ajuda. Um dos que se mostra a favor da intervenção do Estado é o ex-usuario de drogas, Felipe Amâncio, ele foi dependente de cocaína por cinco anos e diz que “a intervenção do Estado deve acontecer, ainda mais com os moradores de rua, que não tem ajuda dos familiares. Mas, essa ajuda não deve apenas ficar restrita aos moradores de rua, ela deve se estender a todos que precisam de ajuda e não tem como pagar. Esse é um direito do cidadão”, diz Felipe, hoje recuperado e estudante do 5° semestre de Direito.
Esse assunto causou e ainda causa diversas discussões não só entre especialistas, mas na população. Por que muitos jovens entram nesse caminho? Existe tratamento? Qual o melhor e mais adequado tratamento? Existe cura realmente? Ou eles ficam “limpos” por um tempo e depois voltam a utilizar drogas? Estas são perguntas feitas por familiares que tem em casa dependente, mas que deveriam ser feitas por toda a sociedade, a fim de chamar a atenção de todos, já que como foi dito é um problema que afeta diretamente e indiretamente a maioria e que mesmo muitos dizendo que não tem nada a ver com isso, o problema existe e pode estar dentro de nossas casas, sem ao menos temos percebido.
Por: Thais Ramos

BRASIL: O PAÍS DA MISCIGENAÇÃO?


A educação no país não é de hoje que vem chamando atenção de forma negativa, falha no ensino público gera reflexos imediatos na população e traz consigo a duvida que é decorrente de situações constantes, o racismo existe em um país que se diz miscigenado e cheio de diferentes culturas?
Um estudo divulgado em abril de 2011, feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) que tem ligação com o instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE-UFRJ) mostrou que a taxa de analfabetização da população negra no Brasil é maior que a dos brancos e que os jovens afros descendente são mais expostos ao abandono escolar. Esse relatório também divulgou que 45,4% das crianças negras entre 6 e 10 anos, não estudavam em série adequada e conforme a idade aumenta, cresce as estatísticas, com crianças entre 11 e 14 anos o número chega a 55,3%.
Em entrevista concedida pela coordenadora do Núcleo de Estudos Negros (NEN), Joana Célia dos Passos, ela diz que “é fato que existe desigualdades raciais no Brasil, e essa desigualdade tem impedido muitos cidadãos negros a terem acesso aos direitos fundamentais, como trabalho, moradia, saúde e educação.”
A cor negra é vista como sinal de inferioridade para alguns. E ainda, que muitos não aceitem ou digam que não são racistas, eles acabam participando de grupos e formam alianças com pessoas que pensam da mesma forma que elas.
No artigo I da Declaração dos Direitos Humanos diz que todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Mas não é bem isso que observamos no Brasil, muitos são os casos de racismo, e essa violação dos Direitos Humanos chega a todos os patamares da sociedade. Um caso que surgiu em junho, mas que não recebeu a devida importância foi o do jogador Roberto Carlos, atual capitão do time russo Krylia Sovetov. Durante uma partida de futebol, um torcedor jogou uma banana para o jogador, que saiu do campo em protesto ao ato racista. E esta não foi a primeira vez que ele foi vitima de racismo na Rússia, em março outro torcedor lhe mostrou uma banana. Os dirigentes do clube, disseram que vão fazer o máximo para identificar o torcedor.
Para o advogado Valmir Alcântara, formado pela Universidade de Osasco, “ a falta de punição nestes casos, é o que leva as pessoas a continuarem tendo esse tipo de atitude.” Ele diz que “poucos são os casos onde ocorre punição dos agressores. Atitudes mais enérgicas deveriam ser tomadas para que não acontecesse mais casos de racismo.
Mas em alguns países os Direitos são garantidos. Recentemente circulou na internet um vídeo, onde uma mulher aparece ofendendo passageiros dentro de um trem. No vídeo ela aparece com uma criança no colo, enquanto grita  ofensas para pessoas que supostamente não são britânicas.
Uma das passageiras que foi agredida, gravou a confusão com um celular e publicou as imagens, que foram utilizadas pela Policia Britânica para prender a mulher.
No Brasil, a Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE), lançou o Programa de Formação Pedagógica de Combate ao Racismo, que será executado pelo governo de São Paulo e tem o propósito de ressaltar a cultura africana, minimizar a violência histórica contra a população negra, implantar nas escolas públicas municipais cursos pré vestibulares para negros.
Esta é uma medida pequena diante da gravidade do problema, Joana Célia diz que “a maioria da população é racista e não percebe ou não assume. Infelizmente essa é uma questão cultural, e por isso o racismo passa despercebido. Quantas pessoas não utilizam a seguinte frase: Façam um serviço de branco. Essa é uma frase racista, mas que as pessoas não consideram. Elas acham que para ser racista, é preciso xingar alguém de negro.”
Qualquer tipo de ação, abre o debate para implementação de novas idéias,mas é fato a necessidade de mais ações em várias áreas e principalmente na  educação, que muito deixa a desejar no Brasil e que deveria ser o principal instrumento utilizado na luta contra o racismo.
Por: Thais Ramos


A equipe Cidadão de Direitos – TV, preparou um especial sobre Racismo.

Abaixo, você poderá conferir um trecho da entrevista com Douglas Belchior – professor e coordenador do UNEAFRO (União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora.
Ele conta um pouco sobre como se tornou militante, fala sobre o racismo no Brasil e conta o que aconteceu no dia 14 de maio de 1888.